quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Passado

Por que razão o passado não fica quieto no seu espaço temporal? Porque regressa para assombrar o presente, para assustar o futuro, para apagar a luz que finalmente tinha vencido a escuridão? Porque regressa, sempre, quando pensávamos que já tínhamos vencido aquele medo, ou esquecida aquela paixão?... O passado nunca tem uma pedra em cima, nunca estará cem por cento resolvido, nem desaparecido, muito pelo contrário, só aparece quando nós já o pensávamos esquecido. Faz o favor de aparecer para nos relembrar que na vida, nunca poderemos entrar numa porta, deixando outra por fechar, porque é por ai que o passado reentra na nossa vida, no nosso presente.Se um dia acordar sem portas por fechar; se um dia caminhar por entre o passado sem medo de o acordar, possivelmente serei eu a acordar e a dizer: “Quem me dera que este sonho fosse realidade”. Em cada caminho que percorro fica sempre algo por resolver. Fica sempre uma porta por fechar, uma palavra por dizer, ou um silêncio para entender… Por vezes é mais fácil ignorarmos aquela porta… imaginarmos que está fechada, bem trancada, pensamos que assim resolvemos os nossos problemas, mas não vale a pena esquecer o passado: ele faz de nós aquilo que somos hoje, é a nossa base.Os seres humanos têm capacidade para subir uns degraus e pensar que já conquistaram as escadas, mas quando caímos (aí sim!) vemos o tão pouco que subimos e que no fundo nada conquistamos a não ser uma queda. Se a entendermos, esta far-nos-á subir mais um pouco nesta vida.O passado para mim é essa queda que faz-me sempre pensar: entre quedas e mais quedas aprendi a não ter vergonha do meu passado, mas sim orgulho! Porque ele fez de mim aquilo que eu sou hoje, e ainda faz. 








Mariana Joca

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